Multidão de nuvens e tempestades: MT e MS sob aviso de chuvas intensas
O céu carregado chama atenção até de quem não costuma acompanhar previsão do tempo. Uma longa sequência de tempestades se abate sobre Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, e o clima na região não dá trégua nem para quem está habituado aos episódios de chuvas fortes.
Desde o final de abril, os dois estados enfrentam um alerta meteorológico nacional, disparado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). E não é para menos: em Campo Grande, capital sul-mato-grossense, choveu 283 mm até dia 29 — isso é quase 350% a mais que a média histórica do mês, de apenas 81 mm. Só para comparar, em anos "normais", esse valor costuma ser atingido ao longo de vários meses, e não em apenas algumas semanas.
A culpa desse excesso de água nos céus é de uma enorme frente fria vinda do Sul, que estaciona sobre a região e mantém a atmosfera completamente instável. As nuvens pesadas se formam rapidamente, trazendo chuva volumosa e contínua. E não para por aí: o alerta amarelo segue porque as previsões para o início de maio não indicam mudança no padrão. Pelo contrário, o INMET afirma que as condições de risco continuam pelo menos até o começo do próximo mês.
- Ventos intensos entre 60 e 100 km/h castigam as cidades do sudoeste, leste e sul do Mato Grosso do Sul;
- Risco alto de tempestades com raios frequentes e até formação de granizo em pontos isolados;
- Ameaça constante de alagamentos e enxurradas, especialmente nas áreas urbanas mais baixas;
- Cortes de energia, quedas de árvores e outros transtornos estruturais entram no radar de Defesa Civil locais.
Riscos para a população: o que esperar e como se proteger
Quando se fala em tanta água em tão pouco tempo, não é só um guarda-chuva que resolve. O risco maior está em regiões de morros, córregos ou várzeas. As populações dessas áreas, em vários municípios, sabem que basta uma tempestade de poucas horas para ver ruas inundadas, casas tomadas por água e trânsito interrompido. O poder público recomenda atenção redobrada: evite áreas de risco, monitore comunicados da Defesa Civil e esteja preparado para cortes de energia e mudanças bruscas no clima.
As cidades menores sofrem ainda mais — poucas estão preparadas para um volume de chuva tão acima da média. Serviços como coleta de lixo, circulação de ônibus e até o abastecimento de supermercados podem ficar comprometidos quando o acesso a bairros é bloqueado por alagamentos ou árvores caídas. Em Campo Grande e em vários municípios do interior de MS e MT, haitantes relatam prejuízos por infiltrações, móveis encharcados e a difícil rotina de conviver com a ameaça constante de raios e quedas de energia repentina.
O INMET reforça para a população: as próximas semanas exigem paciência e informação. Fique de olho nos alertas emitidos por aplicativos, redes sociais das defesas civis municipais e informações de órgãos oficiais. E, diante de sinais de perigo — como ruas imersas, postes tombados ou sirenes —, evite transitar e priorize a segurança. Chuva forte é mais do que transtorno: pode ser um risco real à vida.