Dia do Gaúcho: CTG Chaleira Preta celebra com costelão, música e 13º Rodeio Crioulo de R$ 70 mil

alt set, 20 2025

R$ 70 mil em prêmios e a tradição campeira em pista cheia: o CTG Chaleira Preta abriu as celebrações do Dia do Gaúcho com programação que começou na quinta, 19, e segue durante todo o fim de semana. A agenda combina gastronomia típica, apresentações artísticas e provas campeiras, com o 13º Rodeio Crioulo como ponto alto no Parque de Rodeios do CTG Fogo de Chão, atraindo laçadores, ginetes e famílias de toda a região.

Vinculado ao Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), o Chaleira Preta mantém núcleos Artístico, Cultural e Rural, uma estrutura que dá conta do essencial: preservar, ensinar e praticar as tradições do Rio Grande do Sul. A casa abriu os festejos com almoço de costelão no fogo de chão e música ao vivo, em clima de galpão — mate passando de mão em mão, fandango ao cair da tarde e aquela conversa boa que costura gerações.

O evento não é apenas uma festa: é calendário afetivo para quem cresceu entre cavalo, encilha e lenço no pescoço. Ao reunir apresentações de invernadas, declamação e chula ao lado das provas campeiras, o CTG reforça um traço que distingue a cultura gaúcha: arte e lida de campo no mesmo palco, sem separar o que nasceu junto.

Rodeio crioulo, pista cheia e R$ 70 mil em disputa

No fim de semana, os olhos se voltam para o 13º Rodeio Crioulo. As provas devem mobilizar equipes de laço, duplas e quartetos, além de modalidades individuais. É a hora de ver técnica e parceria entre cavalo e cavaleiro em ação: laço preciso, galope no tempo certo, manejo das armadas e leitura da cancha. A gineteada, quando programada, costuma prender a atenção pela coragem do peão e pela altivez do animal. Tudo com narração que levanta a arquibancada.

Com prêmio somando R$ 70 mil, a competição atrai competidores experientes e novos talentos. Caravanas de CTGs da região marcam presença, reforçando o intercâmbio que mantém o circuito vivo. A organização trabalha para fazer a roda girar sem atropelo: pista revisada, cronograma de entradas por equipe e bretes preparados para garantir fluidez entre uma armada e outra.

  • Provas campeiras: tiro de laço em diferentes categorias, incluindo disputas por equipes e individuais.
  • Apresentações artísticas: invernadas de diferentes faixas etárias, com danças de salão e de salão de raiz, chula e declamação.
  • Gastronomia: costelão no fogo de chão, churrasco, carreteiro e pastel de galpão, além da roda de chimarrão que nunca esfria.
  • Convivência: rodas de prosa sobre história e indumentária, registro de prendas e peões e espaço para crianças com brincadeiras tradicionais.

Famílias costumam acompanhar de perto as provas mirins — a famosa vaca parada e atividades de iniciação ao laço dão segurança para quem está começando. É a porta de entrada para a piazada se apaixonar pela cancha, respeitando regras e aprendendo a cuidar do cavalo desde cedo.

O debate sobre bem-estar animal também está presente nos rodeios crioulos. Em todo o estado, eventos reforçam vistorias veterinárias, atenção às condições de pista e limites de esforço. A cultura campeira evolui com esses cuidados, sem abrir mão do que a torna única: a relação de parceria entre peão e cavalo.

Por que o 20 de setembro ainda mobiliza o Rio Grande

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O 20 de setembro marca a memória da Revolução Farroupilha e, com ela, símbolos que atravessaram séculos: a chama crioula, o lenço no pescoço, o respeito ao cavalo, a música de galpão e a mesa farta. Na prática, o mês farroupilha vira sala de aula ao ar livre. CTGs, escolas e grupos culturais repetem gestos antigos e explicam o porquê de cada um — do acento do carreteiro ao nó do lenço, do sapateado da chula à marcación da vanera.

Centros de Tradições Gaúchas surgiram para organizar essa memória, evitando que virasse lembrança difusa. No Chaleira Preta, a divisão Cultural cuida da pesquisa e do registro; a Artística ensina dança e música; a Rural mantém viva a lida campeira. Essa engrenagem permite que a tradição se mantenha contemporânea: crianças e jovens aprendem a mesma dança que seus avós, mas com didática atual, ensaio regular e calendário de apresentações.

Além do valor simbólico, o evento mexe com a economia local. Comerciante prepara o espeto extra; costureiras ajustam bombachas e vestidos; selarias fazem manutenção de arreios; o parque de rodeios ganha nova vida com público circulando. É emprego temporário, renda para quem trabalha com alimentação e artesanato, e visibilidade para artistas regionais.

Para quem planeja ir ao parque do CTG Fogo de Chão, a dica é simples: chegue cedo para garantir bom lugar na arquibancada, leve cuia, água e protetor solar, e vista roupa confortável. Em eventos ao ar livre, a mudança de tempo manda no roteiro — casaco leve na mochila poupa incômodo. Competidores devem checar horários de credenciamento, revisão de animais e regulamentos de pista.

O brilho do costelão, a trilha sonora de gaita e violão, a vibração a cada armada bem-sucedida e o respeito por quem monta e por quem aplaude. É esse conjunto que faz do 20 de setembro uma data que não se repete igual: todo ano muda a história, mas o sentido permanece. No CTG Chaleira Preta, tradição e competição caminham lado a lado — e é justamente isso que mantém a cultura gaúcha pulsando.