Da decisão à cirurgia: o início da transformação
Quando Thais Carla decidiu fazer a cirurgia bariátrica, ela já tinha 30 kg a menos na balança. Aos 33 anos, a dançarina que faz parte da equipe da Anitta enfrentava cansaço constante, dores nas articulações e um constante medo de ser julgada pelo próprio corpo.
Em abril, ela escolheu o Hospital Aliança Star, em Salvador, para realizar o bypass gástrico. O procedimento foi descrito por ela como "intenso e desafiador", mas também como o ponto de partida de algo maior. "A cirurgia foi a ferramenta, não a solução final", afirma Thais.
O que aconteceu depois foi um trabalho diário de disciplina. Ela passou por avaliações médicas, psicológicas e nutricionais, e precisou mudar hábitos arraigados. O apoio da família e de profissionais de saúde foi essencial para que o processo fosse sustentado.
- Fase 1 – líquidos claros: primeiros 7 dias consumindo apenas água, chá e caldos diluídos.
- Fase 2 – sopas e purês: introdução de alimentos mais densos, porém ainda bem triturados.
- Fase 3 – alimentos sólidos macios: frutas sem casca, carnes magras e vegetais bem cozidos, sempre mastigados lentamente.
- Fase 4 – reintrodução gradual: combinação de texturas, controle de porções e acompanhamento nutricional constante.
Durante esse período, Thais foi descoberta de que perder peso não significa ganhar energia instantânea. Um diagnóstico de deficiência de ferro surgiu, explicando a sensação de cansaço que ainda persiste. Apesar disso, tarefas simples como subir escadas ou brincar com os filhos ficaram muito mais fáceis.
Vida nova: rotina, livro e luta contra a gordofobia
Com 148 kg no peso atual, Thais voltou ao ballet, disciplina que antes era impossível manter. Ela também segue uma rotina de musculação que combina máquinas e pesos livres, focando no fortalecimento muscular e na manutenção da perda de peso.
Além da academia, a influenciadora lançou seu primeiro livro, Gorda, Livre e Poderosa, uma autobiografia que mistura memórias pessoais, conselhos práticos e reflexões sobre a sociedade que rotula corpos. O título já chama atenção: não se trata de glorificar o peso, mas de libertar-se dos padrões impostos.
Thais está preparando ainda um mini‑documentário que mostrará passo a passo o caminho da cirurgia, as fases de recuperação e o impacto emocional da mudança. Ela acredita que a transparência pode ajudar quem tem medo de se submeter ao procedimento ou de enfrentar o preconceito.
Em todas as redes, a mensagem dela é clara: "Não preciso de aprovação para ser feliz. Acredite na sua capacidade de mudar, mas faça isso por você, não para se encaixar em um molde". Ela desafia quem ainda faz piadas sobre seu corpo a acompanhá‑la na academia, enfatizando que a perda de peso é só parte da história—o que realmente importa é a aceitação e o cuidado consigo.
Ao falar de auto‑amor, Thais também denuncia a gordofobia presente na mídia e no cotidiano. Para ela, a luta vai além das balanças; é sobre mudar a forma como a sociedade vê e trata corpos diferentes.
Com disciplina, apoio profissional e uma dose de coragem, Thais Carla mostra que transformar o corpo pode ser o ponto de partida para transformar a vida inteira. Seu percurso serve de inspiração para quem busca saúde, bem‑estar e, acima de tudo, liberdade para ser quem realmente é.