Brasil x Coreia do Sul: amistoso em Seul decide quem recupera a confiança antes da Copa

alt nov, 14 2025

Na sexta-feira, 10 de outubro de 2025, às 8h (horário de Brasília), o Seul World Cup Stadium em Seul receberá um confronto mais simbólico do que técnico: Seleção Brasileira x Coreia do Sul. Não é só um amistoso. É um termômetro. O Brasil, após a pior campanha da história nas Eliminatórias Sul-Americanas — oito vitórias, quatro empates, seis derrotas, 24 gols marcados e 17 sofridos — precisa de um sinal de vida. A Coreia do Sul, invicta na fase asiática com seis vitórias e quatro empates, quer quebrar um tabu de 26 anos sem vencer os brasileiros. E o peso dessa partida não está só no placar. Está na alma de quem joga, e no espelho que ela lança sobre o futuro.

Quem vai jogar? A lista de ausências e retornos que mudam tudo

Carlo Ancelotti, o técnico italiano de 64 anos que assumiu o cargo em julho após a demissão de Dorival Júnior, terá um time diferente do que a torcida está acostumada. Sem Alisson Becker, Marquinhos e Raphinha — todos lesionados ou em recuperação —, o Brasil terá de se reinventar. Mas há uma luz: o retorno de Vinicius Júnior, agora capitão do Real Madrid e convocado pela primeira vez sob o comando de Ancelotti. O jovem de 25 anos, que já foi o principal motor da seleção nas últimas eliminatórias, volta com confiança renovada e o peso de ser o novo símbolo da geração pós-Neymar. Junto a ele, Rodrygo Goes, de 24 anos, também de volta após uma lesão muscular que o tirou das últimas partidas. A dupla de pontas pode ser a chave para desmontar a defesa coreana, que, segundo o técnico Hong Muong Buu, começará o jogo com cinco zagueiros — uma aposta arriscada, mas compreensível diante do histórico.

Na Coreia do Sul, a estratégia é clara: fechar, resistir e surpreender. Kim Jai e Lihan King, titulares na fase de classificação, devem formar o núcleo defensivo. O time não tem estrelas globais, mas tem disciplina, velocidade e uma mentalidade de guerra. Em 2022, na Copa do Mundo, perderam por 4 a 1 no Estádio Lusail — mas foi uma derrota que, na verdade, serviu de combustível. A equipe sabe que, em Seul, terá a vantagem do estádio, da torcida e da pressão mínima. Enquanto o Brasil tem de provar que ainda é favorito, a Coreia só precisa de um empate para sair de lá com a cabeça erguida.

Como assistir? A transmissão completa em todas as plataformas

Se você não estiver em Seul, não se preocupe. A partida será transmitida em múltiplas plataformas, cada uma com sua identidade. A TV Globo levará o jogo ao ar aberto, com narração de Luis Roberto e comentários de Junior — ex-jogador do Flamengo e da Seleção — e Roger Flores, ex-zagueiro do Grêmio. É a versão tradicional, com a força da televisão nacional. Já a Sportv trará a cobertura técnica mais apurada: Luiz Carlos Jr na narração, Paulo Nunes (ex-Vasco, ex-Seleção) e Ledio Carmona analisando cada lance com o olhar de quem já jogou em alto nível. Mas o que realmente chama atenção é a GE TV, no YouTube. Com narração de Jorge Iggor e comentários de Bruno Formiga e Luana Maluf, a transmissão promete ser mais dinâmica, mais jovem — quase como um podcast ao vivo, com memes, dados em tempo real e entrevistas rápidas no vestiário.

Para os fãs de análise profunda, o canal Na Rede Oficial no YouTube oferecerá conteúdo pré-jogo, escalações, palpites e resumos em 60 segundos. Já a Jovem Pan Esportes trará reportagem de Guilherme Napolis e comentários de Flavio Prado, com foco em táticas e estatísticas. E, claro, o canal Voz do Esporte também fará sua transmissão, com a voz familiar de Nilson Cesar. É um leque de opções que reflete a nova realidade do esporte: ninguém mais depende de um único canal. O torcedor escolhe o estilo.

Por que isso importa além do placar?

Por que isso importa além do placar?

Este jogo não define classificação. Mas define identidade. O Brasil, que já foi sinônimo de jogo bonito, agora é visto como um time em crise de referências. Ancelotti, que venceu Champions League com Real Madrid, não tem tempo para ensaios. Precisa de resultados — e de confiança. Vinicius Júnior, por exemplo, é mais do que um jogador: é o último símbolo da geração que ainda acredita que o futebol pode ser encantamento. Se ele brilhar em Seul, o Brasil respira. Se ele ficar mudo, o clamor por mudanças aumenta.

A Coreia do Sul, por outro lado, é um exemplo de eficiência. Sem grandes astros, mas com planejamento, preparo físico e mentalidade de equipe. Eles não têm o talento do Brasil, mas têm a consistência que o Brasil perdeu. Em 2026, quando a Copa acontecer nos Estados Unidos, Canadá e México, a Coreia pode ser a surpresa da fase de grupos. E este amistoso é o teste final para saber se estão prontas para isso.

O que vem depois? A agenda apertada da Seleção

O que vem depois? A agenda apertada da Seleção

Depois de Seul, o Brasil não terá tempo para descansar. Na terça-feira, 14 de outubro de 2025, às 7h30 (horário de Brasília), enfrentará o Japão no Estádio de Tóquio. É o segundo de três jogos na janela da FIFA de outubro. O terceiro, contra a Argentina, ainda não foi confirmado, mas já é aguardado com ansiedade. Para Ancelotti, cada minuto em campo é um teste. Cada passe errado, um sinal. Cada gol marcado, uma esperança.

Se o Brasil vencer, a narrativa muda. Se empatar, o debate recomeça. Se perder? A pressão vira tempestade. E a torcida, que já está cansada de promessas, não vai esperar mais.

Frequently Asked Questions

Por que Vinicius Júnior está sendo tão importante nesse momento?

Vinicius Júnior é o único jogador da atual geração que combina velocidade, drible e finalização em alto nível — e que ainda tem a confiança da torcida. Com Neymar ausente e Raphinha lesionado, ele é o único que pode criar momentos de magia em meio à rigidez tática do Brasil. Sua convocação por Ancelotti é um sinal de que o técnico quer um time mais ofensivo, mesmo que arriscado. Se ele marcar, o Brasil recupera credibilidade. Se não, o questionamento sobre o futuro da seleção só aumenta.

Por que a Coreia do Sul usa cinco zagueiros contra o Brasil?

A estratégia é uma resposta direta ao histórico: o Brasil marcou 11 gols nos últimos três confrontos diretos, incluindo os 4 a 1 em 2022. Com jogadores como Vinicius e Rodrygo, a Coreia sabe que não pode abrir espaço. Cinco zagueiros não é defesa fraca — é defesa inteligente. Eles contam com a velocidade das laterais e a precisão de seus meias para contragolpear. É um jogo de paciência, e a Coreia já demonstrou que sabe jogar assim nas eliminatórias asiáticas.

Qual é o histórico de confrontos entre Brasil e Coreia do Sul?

Desde 1999, os dois times se enfrentaram 11 vezes, com 8 vitórias do Brasil, 2 empates e apenas 1 vitória da Coreia — em 1999, por 1 a 0, em amistoso em Seul. Desde então, a Coreia não venceu o Brasil em 26 anos. O último confronto foi nas oitavas da Copa de 2022, com vitória brasileira por 4 a 1. A pressão para quebrar esse tabu é enorme para os sul-coreanos — e a torcida em Seul já promete lotar o estádio para tentar escrever um novo capítulo.

Por que a transmissão está tão fragmentada entre plataformas?

A TV aberta perdeu o monopólio. A Globo ainda é a maior, mas os jovens assistem no YouTube, no GE TV ou no aplicativo da Jovem Pan. Cada plataforma busca um público diferente: a Globo, o público tradicional; a GE TV, o público digital; a Jovem Pan, o público que quer análise profunda. Isso reflete uma mudança real: o torcedor não quer só o jogo. Quer contexto, opinião, humor, dados. E isso exige múltiplas vozes.

O que esse amistoso revela sobre a Copa do Mundo de 2026?

Revela que o Brasil ainda tem talento, mas não tem identidade. E que a Coreia do Sul, apesar de ser subestimada, é uma das seleções mais bem preparadas do mundo. Enquanto o Brasil tenta decidir quem é o líder, a Coreia já sabe o que quer: ser competitiva, não apenas participante. Em 2026, a diferença não será só entre estrelas — será entre quem tem plano e quem só tem esperança.

12 Comentários

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    Aline de Andrade

    novembro 15, 2025 AT 16:40

    Vinicius é o único que ainda tem a alma do futebol brasileiro e o técnico tá jogando tudo nele como se fosse um salvador da pátria mas a realidade é que um cara sozinho não vence uma defesa de cinco zagueiros com passos de dança quando o time inteiro tá com medo de arriscar

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    Talita Gabriela Picone

    novembro 15, 2025 AT 20:51

    Se ele brilhar, a gente respira. Se não, a gente só espera que o próximo técnico não seja um cara que acha que tá no Real Madrid e não num time que tá perdendo a identidade

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    Carlos Heinecke

    novembro 16, 2025 AT 14:57

    Essa Coreia do Sul tá mais organizada que o nosso ministério da saúde e ainda por cima tá com a torcida do lado. Enquanto o Brasil tá discutindo se o Vinicius é ou não o novo Neymar, eles já estão treinando contra o vento e a chuva. Pode ser que a gente perca por 2 a 0 e ainda assim o mundo continue girando porque ninguém mais acredita nessa seleção

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    Amanda Sousa

    novembro 16, 2025 AT 18:17

    É curioso como o futebol virou um espelho da nossa sociedade: enquanto a Coreia constrói com disciplina e coletividade, nós esperamos que um gênio solitário resolva tudo. Talvez o problema não seja o time, mas a nossa expectativa de que o talento individual substitua a estrutura. A Coreia não tem Messi, mas tem propósito. Nós temos Vinicius, mas não temos rumo.

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    Fabiano Oliveira

    novembro 17, 2025 AT 21:36

    A transmissão fragmentada não é um avanço, é uma desintegração da experiência coletiva. Antes, a torcida assistia juntos, gritava juntos, chorava juntos. Hoje, cada um escolhe o seu narrador, o seu tom, o seu filtro. E o que resta? Um espetáculo sem alma, apenas dados, memes e opiniões. O futebol não é um podcast. É um ritual.

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    Bruno Goncalves moreira

    novembro 18, 2025 AT 17:44

    Eu acho que o Ancelotti tá tentando equilibrar o time entre o que ele conhece da Europa e o que o Brasil realmente é. Mas o problema é que o Brasil não é mais o que era. O que a gente precisa é de um time que jogue com paixão, não com receitas de treinador italiano. Vinicius pode ser o catalisador, mas só se o resto do time deixar de jogar com medo de errar.

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    Carla P. Cyprian

    novembro 20, 2025 AT 01:07

    É inegável que a estrutura tática da Coreia do Sul reflete um planejamento de longo prazo, enquanto o futebol brasileiro ainda se baseia em intuição e individualismo. A transição de modelo esportivo exige mais do que convocações; exige uma reformulação cultural da própria identidade do jogo.

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    Evandro Argenton

    novembro 21, 2025 AT 04:45

    Alguém já viu o elenco do Brasil? Cadê o Gerson? Cadê o Bruno Guimarães? Cadê o Lucas Paquetá? Tá tudo no banco e o Ancelotti tá botando o Vinicius pra jogar como se fosse o Zico. Isso é loucura pura.

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    Ezequias Teixeira

    novembro 21, 2025 AT 18:04

    Exatamente. O Gerson é o único que entende o ritmo da seleção atual. Se ele não entra, o time vira um monte de pontas correndo atrás de bolas que ninguém cobre. O Ancelotti tá com medo de perder, então tá jogando tudo no ataque. Mas isso não funciona mais. Precisa de equilíbrio.

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    Adylson Monteiro

    novembro 22, 2025 AT 21:53

    Essa história de "recuperar a confiança" é ridícula! O Brasil não tem confiança porque não tem competência! Vinicius é bom, mas não é Deus! E essa Coreia? Ela venceu só por que ninguém esperava nada dela! O Brasil vai perder de 3 a 0 e aí vai começar a chorar de novo! E vocês vão dizer que "foi só um amistoso"! Mas é isso que tá matando o futebol brasileiro: a negação constante!

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    Francielly Lima

    novembro 23, 2025 AT 11:46

    A fragmentação da mídia esportiva é um sintoma da decadência cultural. O esporte deixou de ser um fenômeno coletivo e tornou-se um produto de nicho, comercializado por algoritmos e influenciadores. O torcedor não busca o jogo; busca a narrativa que lhe confirma seus preconceitos. E assim, o futebol perde sua transcendência.

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    Elaine Gordon

    novembro 23, 2025 AT 19:12

    Com base nos dados estatísticos dos últimos 10 confrontos, a Coreia do Sul apresenta uma taxa de recuperação de bola superior em 22% no terço defensivo. Além disso, sua média de passes completados em zonas críticas é de 89%. Isso não é sorte. É preparo. O Brasil precisa de um sistema de transição rápida, não de um jogador isolado.

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