Brasil x Coreia do Sul: amistoso em Seul decide quem recupera a confiança antes da Copa

alt nov, 15 2025

Na sexta-feira, 10 de outubro de 2025, às 8h (horário de Brasília), o Seul World Cup Stadium em Seul receberá um confronto mais simbólico do que técnico: Seleção Brasileira x Coreia do Sul. Não é só um amistoso. É um termômetro. O Brasil, após a pior campanha da história nas Eliminatórias Sul-Americanas — oito vitórias, quatro empates, seis derrotas, 24 gols marcados e 17 sofridos — precisa de um sinal de vida. A Coreia do Sul, invicta na fase asiática com seis vitórias e quatro empates, quer quebrar um tabu de 26 anos sem vencer os brasileiros. E o peso dessa partida não está só no placar. Está na alma de quem joga, e no espelho que ela lança sobre o futuro.

Quem vai jogar? A lista de ausências e retornos que mudam tudo

Carlo Ancelotti, o técnico italiano de 64 anos que assumiu o cargo em julho após a demissão de Dorival Júnior, terá um time diferente do que a torcida está acostumada. Sem Alisson Becker, Marquinhos e Raphinha — todos lesionados ou em recuperação —, o Brasil terá de se reinventar. Mas há uma luz: o retorno de Vinicius Júnior, agora capitão do Real Madrid e convocado pela primeira vez sob o comando de Ancelotti. O jovem de 25 anos, que já foi o principal motor da seleção nas últimas eliminatórias, volta com confiança renovada e o peso de ser o novo símbolo da geração pós-Neymar. Junto a ele, Rodrygo Goes, de 24 anos, também de volta após uma lesão muscular que o tirou das últimas partidas. A dupla de pontas pode ser a chave para desmontar a defesa coreana, que, segundo o técnico Hong Muong Buu, começará o jogo com cinco zagueiros — uma aposta arriscada, mas compreensível diante do histórico.

Na Coreia do Sul, a estratégia é clara: fechar, resistir e surpreender. Kim Jai e Lihan King, titulares na fase de classificação, devem formar o núcleo defensivo. O time não tem estrelas globais, mas tem disciplina, velocidade e uma mentalidade de guerra. Em 2022, na Copa do Mundo, perderam por 4 a 1 no Estádio Lusail — mas foi uma derrota que, na verdade, serviu de combustível. A equipe sabe que, em Seul, terá a vantagem do estádio, da torcida e da pressão mínima. Enquanto o Brasil tem de provar que ainda é favorito, a Coreia só precisa de um empate para sair de lá com a cabeça erguida.

Como assistir? A transmissão completa em todas as plataformas

Se você não estiver em Seul, não se preocupe. A partida será transmitida em múltiplas plataformas, cada uma com sua identidade. A TV Globo levará o jogo ao ar aberto, com narração de Luis Roberto e comentários de Junior — ex-jogador do Flamengo e da Seleção — e Roger Flores, ex-zagueiro do Grêmio. É a versão tradicional, com a força da televisão nacional. Já a Sportv trará a cobertura técnica mais apurada: Luiz Carlos Jr na narração, Paulo Nunes (ex-Vasco, ex-Seleção) e Ledio Carmona analisando cada lance com o olhar de quem já jogou em alto nível. Mas o que realmente chama atenção é a GE TV, no YouTube. Com narração de Jorge Iggor e comentários de Bruno Formiga e Luana Maluf, a transmissão promete ser mais dinâmica, mais jovem — quase como um podcast ao vivo, com memes, dados em tempo real e entrevistas rápidas no vestiário.

Para os fãs de análise profunda, o canal Na Rede Oficial no YouTube oferecerá conteúdo pré-jogo, escalações, palpites e resumos em 60 segundos. Já a Jovem Pan Esportes trará reportagem de Guilherme Napolis e comentários de Flavio Prado, com foco em táticas e estatísticas. E, claro, o canal Voz do Esporte também fará sua transmissão, com a voz familiar de Nilson Cesar. É um leque de opções que reflete a nova realidade do esporte: ninguém mais depende de um único canal. O torcedor escolhe o estilo.

Por que isso importa além do placar?

Por que isso importa além do placar?

Este jogo não define classificação. Mas define identidade. O Brasil, que já foi sinônimo de jogo bonito, agora é visto como um time em crise de referências. Ancelotti, que venceu Champions League com Real Madrid, não tem tempo para ensaios. Precisa de resultados — e de confiança. Vinicius Júnior, por exemplo, é mais do que um jogador: é o último símbolo da geração que ainda acredita que o futebol pode ser encantamento. Se ele brilhar em Seul, o Brasil respira. Se ele ficar mudo, o clamor por mudanças aumenta.

A Coreia do Sul, por outro lado, é um exemplo de eficiência. Sem grandes astros, mas com planejamento, preparo físico e mentalidade de equipe. Eles não têm o talento do Brasil, mas têm a consistência que o Brasil perdeu. Em 2026, quando a Copa acontecer nos Estados Unidos, Canadá e México, a Coreia pode ser a surpresa da fase de grupos. E este amistoso é o teste final para saber se estão prontas para isso.

O que vem depois? A agenda apertada da Seleção

O que vem depois? A agenda apertada da Seleção

Depois de Seul, o Brasil não terá tempo para descansar. Na terça-feira, 14 de outubro de 2025, às 7h30 (horário de Brasília), enfrentará o Japão no Estádio de Tóquio. É o segundo de três jogos na janela da FIFA de outubro. O terceiro, contra a Argentina, ainda não foi confirmado, mas já é aguardado com ansiedade. Para Ancelotti, cada minuto em campo é um teste. Cada passe errado, um sinal. Cada gol marcado, uma esperança.

Se o Brasil vencer, a narrativa muda. Se empatar, o debate recomeça. Se perder? A pressão vira tempestade. E a torcida, que já está cansada de promessas, não vai esperar mais.

Frequently Asked Questions

Por que Vinicius Júnior está sendo tão importante nesse momento?

Vinicius Júnior é o único jogador da atual geração que combina velocidade, drible e finalização em alto nível — e que ainda tem a confiança da torcida. Com Neymar ausente e Raphinha lesionado, ele é o único que pode criar momentos de magia em meio à rigidez tática do Brasil. Sua convocação por Ancelotti é um sinal de que o técnico quer um time mais ofensivo, mesmo que arriscado. Se ele marcar, o Brasil recupera credibilidade. Se não, o questionamento sobre o futuro da seleção só aumenta.

Por que a Coreia do Sul usa cinco zagueiros contra o Brasil?

A estratégia é uma resposta direta ao histórico: o Brasil marcou 11 gols nos últimos três confrontos diretos, incluindo os 4 a 1 em 2022. Com jogadores como Vinicius e Rodrygo, a Coreia sabe que não pode abrir espaço. Cinco zagueiros não é defesa fraca — é defesa inteligente. Eles contam com a velocidade das laterais e a precisão de seus meias para contragolpear. É um jogo de paciência, e a Coreia já demonstrou que sabe jogar assim nas eliminatórias asiáticas.

Qual é o histórico de confrontos entre Brasil e Coreia do Sul?

Desde 1999, os dois times se enfrentaram 11 vezes, com 8 vitórias do Brasil, 2 empates e apenas 1 vitória da Coreia — em 1999, por 1 a 0, em amistoso em Seul. Desde então, a Coreia não venceu o Brasil em 26 anos. O último confronto foi nas oitavas da Copa de 2022, com vitória brasileira por 4 a 1. A pressão para quebrar esse tabu é enorme para os sul-coreanos — e a torcida em Seul já promete lotar o estádio para tentar escrever um novo capítulo.

Por que a transmissão está tão fragmentada entre plataformas?

A TV aberta perdeu o monopólio. A Globo ainda é a maior, mas os jovens assistem no YouTube, no GE TV ou no aplicativo da Jovem Pan. Cada plataforma busca um público diferente: a Globo, o público tradicional; a GE TV, o público digital; a Jovem Pan, o público que quer análise profunda. Isso reflete uma mudança real: o torcedor não quer só o jogo. Quer contexto, opinião, humor, dados. E isso exige múltiplas vozes.

O que esse amistoso revela sobre a Copa do Mundo de 2026?

Revela que o Brasil ainda tem talento, mas não tem identidade. E que a Coreia do Sul, apesar de ser subestimada, é uma das seleções mais bem preparadas do mundo. Enquanto o Brasil tenta decidir quem é o líder, a Coreia já sabe o que quer: ser competitiva, não apenas participante. Em 2026, a diferença não será só entre estrelas — será entre quem tem plano e quem só tem esperança.