Setembro Amarelo – Guia prático de prevenção ao suicídio

Outubro tem Halloween, mas setembro tem um objetivo diferente: chamar a atenção para a saúde mental. O movimento "Setembro Amarelo" nasceu para conversar sobre depressão, ansiedade e, principalmente, prevenir o suicídio. Abraçar esse assunto não é bobo, é salvar vidas. Se você já sentiu que está num beco sem saída ou conhece alguém assim, este texto traz ideias simples para lidar com a situação.

A campanha acontece todo ano no Brasil, com laços amarelos, palestras e cartazes. Mas o que realmente importa são as atitudes do dia a dia. Conversar sem julgamentos, ouvir quem precisa e oferecer ajuda prática podem mudar tudo. Não precisa ser um especialista; basta estar presente e mostrar que a pessoa não está sozinha.

Sinais de alerta que você pode notar

Nem sempre a pessoa fala abertamente que está em risco. Fique atento a mudanças de humor, isolamento súbito ou fala sobre "cansar" da vida. Outros indícios são: perder interesse por hobbies, alterações no sono, consumo excessivo de álcool ou drogas, e até comportamento impulsivo. Quando alguém começa a dizer "não vale a pena", "vou acabar" ou "não consigo mais", leve a sério.

Esses sinais podem aparecer de forma gradual ou de repente. Se perceber um padrão de desesperança, ofereça um momento de conversa calma. Pergunte como a pessoa está se sentindo e mostre que você se importa. Evite frases que minimizem a dor, como "vai passar" ou "isso é exagero". Simplesmente escutar já ajuda muito.

Como oferecer apoio e buscar ajuda

A primeira coisa é garantir que a pessoa não fique sozinha. Pergunte se ela tem alguém de confiança para ficar com ela ou se aceita que você fique por perto. Se houver risco imediato, não hesite em chamar o SAMU (192) ou o Centro de Valorização da Vida – CVV (188) ‑ eles atendem 24h. No Brasil, o número 188 é gratuito e anônimo.

Além do apoio emergencial, estimule a busca por tratamento profissional. Psicólogos, psiquiatras e terapeutas têm ferramentas para entender o que está acontecendo. Muitas cidades oferecem atendimento gratuito pelo SUS ou por universidades. Quando a pessoa concordar, ajude a marcar a consulta e a organizar o transporte.

Cuide também da sua saúde emocional. Acompanhar alguém em sofrimento pode ser desgastante. Reserve um tempo para relaxar, converse com amigos ou procure um terapeuta para você. Lembre‑se: oferecer ajuda não significa carregar todo o peso, mas estar ao lado e direcionar a pessoa para quem realmente pode ajudar.

Em resumo, Setembro Amarelo nos lembra que falar sobre suicídio não é tabu, é necessidade. Observe os sinais, ofereça um ouvido atento e conecte quem precisa aos recursos corretos. Cada pequeno gesto pode evitar uma tragédia.