A Fazenda 17 estreia com elenco secreto e dois infiltrados mudam o jogo

alt set, 16 2025

26 peões, dois infiltrados e um clima de desconfiança desde o minuto zero

Estreou a temporada mais ousada do reality rural da Record TV. Com 26 participantes – um recorde que supera o padrão de 24 – A Fazenda 17 abriu os trabalhos nesta segunda, 15 de setembro de 2025, com um ingrediente novo que mexe direto na cabeça dos peões: dois infiltrados escondidos no meio do elenco. Um homem e uma mulher entram com uma missão secreta, enquanto os demais acreditam que há apenas um “impostor” entre eles. Ou seja, a paranoia está garantida.

A direção liderada por Rodrigo Carelli montou um jogo de percepção logo na largada. A primeira Roça já vem com uma votação paralela: os participantes precisam apontar quem eles acham que é o infiltrado. Se pelo menos cinco votos baterem no nome certo, o grupo leva R$ 50 mil. Caso contrário, quem embolsa esse valor são os próprios infiltrados. É pouco dinheiro perto do prêmio final de R$ 2 milhões? Sim. Mas é o suficiente para colocar fogo nas primeiras alianças e forçar cada um a “ler” o outro sem tempo para erro.

O detalhe que muda tudo: cada um lá dentro acha que há um único infiltrado. Essa desinformação proposital cria uma armadilha mental. Se a casa se dividir entre dois suspeitos, a chance de não bater o mínimo de cinco votos cresce. Na prática, a produção espalhou areia no terreno das certezas e empurrou o elenco para um jogo de blefes, pistas falsas e muita interpretação de gesto e tom de voz.

Adriane Galisteu segue no comando pelo quinto ano. Ela conhece o ritmo do programa, sabe quando cutucar o vespeiro e quando segurar a ansiedade do público. A expectativa é que a apresentadora aproveite o novo recurso dos infiltrados para extrair confissões, leituras erradas e, claro, confrontos que fazem o reality andar.

Nos bastidores, a escolha por 26 nomes não é só para inflar a escalação. Mais gente na casa significa mais combinações de voto, incertezas e cenas para produzir. Em temporadas longas – serão 95 dias – esse fôlego extra ajuda a manter o jogo vivo, com peças que trocam de lugar a cada reviravolta.

Elenco de peso, missão secreta e o tabuleiro estratégico do início

Elenco de peso, missão secreta e o tabuleiro estratégico do início

O time mistura veteranos de TV, artistas, influenciadores e gente com histórico em outros realities. Entre os confirmados, um nome chama atenção pela força internacional: Gaby Spanic, a eterna protagonista de A Usurpadora, que promete um choque cultural interessante no ambiente rural da atração. Também entram na disputa a jornalista e apresentadora Michelle Barros (com passagens por Globo e SBT), o comediante Dudu Camargo, o DJ e modelo Will Guimarães e o ator Creo Kellab, visto recentemente em Impuros.

A lista ainda traz Matheus Martins (ator, modelo e DJ), Maria Caporusso (influencer e empresária que participou de Casamento às Cegas 3), Saory Cardoso (nome conhecido de realities e ex-mulher do ator Marcelo Novaes), Guilherme Boury (ator de Chiquititas e sobrinho de Fábio Jr.), a cantora Gabily (que já se relacionou com Neymar), Carol Lekker (participante do Miss Bumbum 2022) e a criadora de conteúdo Renata Muller. É um recorte de perfis com apelo popular, base fiel de seguidores e repertório para jogar sob pressão.

Carelli tem repetido um mantra: “fama não ganha reality”. Segundo ele, o que importa é quem joga. Isso tem lógica. Depois de alguns dias trancados, a etiqueta da celebridade perde força e vira ruído de fundo. O que fica é convivência, resiliência, leitura de cenário e, claro, a capacidade de reagir quando tudo dá errado.

Como isso conversa com os infiltrados? Quem assumir o papel secreto precisa equilibrar duas coisas opostas: ser relevante o bastante para não sumir da narrativa e, ao mesmo tempo, discreto para não atrair suspeitas demais. Um passo fora do tom, um comentário na hora errada ou um desempenho muito acima da média em provas pode entregar o jogo. Para o restante da casa, a tarefa é outra: separar comportamento estranho de estratégia ensaiada e não desperdiçar voto por birra ou antipatia.

A mecânica de R$ 50 mil logo na primeira Roça pode redefinir prioridades. Formar um consenso mínimo de cinco votos exige diálogo, troca de pistas e alguma confiança – algo raro nos primeiros dias. Se a casa falhar, os infiltrados ganham dinheiro e moral, o que joga ainda mais dúvidas na cabeça de quem desconfiou da pessoa errada. E se acertarem? Alguém vira “alvo confirmado” e o jogo fica menos nebuloso por alguns dias, o que também pesa na distribuição de poder.

No pano de fundo, vale lembrar os pilares clássicos do reality rural: rotina no campo, cuidado com os animais, provas que misturam força, habilidade e concentração, além de convivência intensa. A Prova do Fazendeiro tradicionalmente decide quem manda na semana e quem escapa da Roça. Com infiltrados, a figura do fazendeiro pode virar ponto de pressão: será que vale bancar a proteção de um suspeito para testá-lo mais à frente? Ou é melhor cortar o mal pela raiz e indicá-lo de cara?

Outra consequência do segredo duplo é a guerra de narrativas. Cada grupo vai tentar “vender” sua teoria sobre quem é o infiltrado, puxando indecisos e isolando quem pensa diferente. É a hora em que bons comunicadores ganham espaço: quem articula melhor tende a ditar o rumo das conversas, mesmo sem provas concretas. Do lado de fora, o público observa tudo com vantagem: sabe que são dois infiltrados, mede reações e enxerga incoerências que os confinados não percebem.

O pré-confinamento em hotel, confirmado pela direção, funciona como aquecimento e também como peneira psicológica. Ali todo mundo está alerta, tentando decifrar sinais mínimos: quem fala demais, quem evita contato, quem muda o humor de uma hora para outra. Parte desse repertório segue para a sede e vira combustível para acusações. A graça, para quem assiste, é ver como microgestos viram “evidências” em poucas horas.

No campo prático, a produção deve alternar provas de resistência com tarefas de atenção e memória, que são campeãs em expor erros. Infiltrados costumam pegar deslizes em detalhes: nomes trocados, histórias inconsistentes, informações de bastidor que só quem foi instruído saberia. Ao mesmo tempo, qualquer performance muito calculada acende um alerta. Encontrar o meio-termo é onde o jogo fica interessante.

Na disputa pelo prêmio de R$ 2 milhões, 95 dias é tempo suficiente para mudar de papel várias vezes: aliado leal, voto útil, franco-atirador, planta que acorda, vilão que vira herói. Com dois infiltrados, esses ciclos aceleram. Ninguém quer carregar a culpa de deixar R$ 50 mil escaparem na estreia nem ficar marcado como “ingênuo da casa”. A pressão por um acerto rápido pode levar a erros que custam caro mais adiante.

A lista de especulados antes da estreia passou de 80 nomes, um sinal do apetite do público. Com a confirmação do elenco, a conversa muda de “quem entra” para “quem joga”. E as apresentações ajudam a traçar os primeiros mapas: quem chega com torcida organizada, quem traz rivalidades antigas, quem herda comparações de realities passados. Gente como Gaby Spanic, Michelle Barros e Guilherme Boury já entra com histórico de TV que pesa na leitura inicial dos colegas.

Para o público, a pergunta que vale agora é: quando a produção pretende revelar, dentro da casa, que existem dois infiltrados e não um? Carelli não abriu esse detalhe. Enquanto isso, qualquer certeza lá dentro é, no mínimo, precipitada. E é exatamente aí que a temporada encontra sua tensão principal: decisões tomadas com informação incompleta.

Outra curiosidade é o impacto nas provas de equipe e nos mutirões do dia a dia. Infiltrados podem agir para desorganizar tarefas, criar pequenos atritos e plantar versões diferentes de um mesmo fato. Não precisa ser nada escancarado. Basta um atraso em uma atividade, uma ferramenta “perdida”, um comentário atravessado num momento de cansaço. Em jogos de convivência, ruídos pequenos viram brigas grandes.

No ritmo de edição, a Record deve explorar as duas camadas do enredo: por um lado, o cotidiano rural que o público já conhece; por outro, o thriller psicológico de caça ao impostor. A costura dessas tramas é o que decide se a aposta rende. A vantagem de começar com essa tensão alta é segurar a atenção nos primeiros dias, quando ainda é cedo para vínculos afetivos profundos com o elenco.

Em termos de estratégia, três caminhos tendem a aparecer: 1) caça aberta ao infiltrado, com interrogatórios e testes combinados; 2) convivência focada em afinidade, ignorando o ruído e deixando a dinâmica se resolver sozinha; 3) jogo híbrido, em que grupos fingem não se importar para tentar pegar o “impostor” no pulo. Cada rota tem custo. A caça aberta desgasta; a negação parece covardia; o híbrido exige sangue frio e ótima comunicação.

Para quem gosta de números, a meta de cinco votos corretos é baixa o suficiente para ser alcançável e alta o bastante para punir a dispersão. Em casa com 26 pessoas, basta um grupo organizado com cerca de um quinto dos jogadores para chegar lá – desde que estejam mirando no nome certo. Se a produção acertar o timing das pistas, veremos viradas semana sim, semana também.

Resumindo o cenário: elenco grande, missão secreta em dobro e 95 dias de convivência rural com prova, Roça e desconfiança como prato principal. A Fazenda 17 sobe o sarrafo das dinâmicas e entrega ao público um enigma que não se resolve só com carisma. Vai vencer quem souber jogar sob suspeita.

Quem está no elenco (parcial):

  • Gaby Spanic – atriz, conhecida por A Usurpadora
  • Michelle Barros – jornalista e apresentadora
  • Dudu Camargo – comediante
  • Will Guimarães – DJ e modelo
  • Creo Kellab – ator (Impuros)
  • Matheus Martins – ator, modelo e DJ
  • Maria Caporusso – influencer e empresária (Casamento às Cegas 3)
  • Saory Cardoso – participante de realities, ex-mulher de Marcelo Novaes
  • Guilherme Boury – ator (Chiquititas), sobrinho de Fábio Jr.
  • Gabily – cantora
  • Carol Lekker – participante do Miss Bumbum 2022
  • Renata Muller – criadora de conteúdo

Os demais nomes completam o time de 26 e entram no mesmo tabuleiro de suspeitas, alianças rápidas e voto decisivo na primeira semana. Com a casa cheia e um segredo a mais, o jogo começa sem área de conforto.

14 Comentários

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    Bruno Leandro de Macedo

    setembro 18, 2025 AT 17:38
    Então é isso? Dois infiltrados? A produção tá brincando de Clue na fazenda agora? 🤭🤣
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    lu garcia

    setembro 19, 2025 AT 14:54
    Isso vai ser louco... mas acho que vai dar um monte de conexão genuína também. A gente se esquece que, no fundo, é só gente tentando sobreviver juntos.
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    Renato Lourenço

    setembro 21, 2025 AT 06:46
    A estrutura narrativa proposta pela direção revela uma sofisticação inédita na gramática do reality show brasileiro; a dualidade epistêmica introduzida pelos dois infiltrados, ao invés de um único, configura um paradigma de desconfiança sistêmica, cujas implicações sociais e psicológicas ultrapassam o mero entretenimento. O fato de a produção ter optado por um prêmio paralelo de R$ 50.000,00 - valor simbolicamente inferior ao prêmio principal - demonstra uma intencionalidade estratégica de fragmentação de alianças, o que, em termos de teoria dos jogos, corresponde a um dilema do prisioneiro iterativo com informação assimétrica.
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    felipe kretzmann

    setembro 21, 2025 AT 23:33
    Essa porra toda é vergonha nacional. A gente tem gente de verdade no país, e a TV só quer ver brasileiro se traiando por R$ 50 mil? É isso que a gente quer pra nossa cultura? Não é só entretenimento, é degradação!
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    Leticia Mbaisa

    setembro 23, 2025 AT 11:47
    Talvez o mais interessante seja ver quem consegue manter a calma. Não é sobre quem é o infiltrado. É sobre quem ainda tem humanidade no meio disso tudo.
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    Luis Silva

    setembro 24, 2025 AT 12:59
    Se alguém começar a falar demais sobre 'leitura de gestos' ou 'tom de voz', já pode apostar que é o infiltrado. Ou o cara que assiste demais ao Big Brother.
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    Rodrigo Neves

    setembro 25, 2025 AT 04:24
    A Fazenda está se tornando um reality de psicopatas disfarçados de celebridades. O que antes era entretenimento, agora é um laboratório de manipulação emocional. E a audiência adora. Triste.
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    Talita Resort

    setembro 25, 2025 AT 08:25
    não sei se é bom ou ruim mas tá tudo tão intenso que parece que a gente tá vendo um filme de suspense em vez de um reality
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    Luciano Hejlesen

    setembro 26, 2025 AT 11:46
    o elenco ta mt grande tipo 26 pessoas e isso da mais chances de da errado tipo se todos ficarem olhando pro mesmo cara e ele nao for o infiltrado ai o verdadeiro ta se divertindo
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    Estrela Rosa

    setembro 27, 2025 AT 19:46
    Se o Gaby Spanic for o infiltrado, aí sim a gente tem um drama digno de telenovela. Ela vai botar fogo na casa e ainda mandar um beijo pra câmera.
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    Janaina Jana

    setembro 29, 2025 AT 08:00
    o jogo é só uma desculpa pra ver como as pessoas se comportam quando ninguém tá olhando
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    Lucas Lima

    setembro 30, 2025 AT 04:46
    A dinâmica proposta pela produção opera como um sistema complexo de interações sociais em rede, onde a assimetria informativa gera uma emergência de comportamentos cooperativos e defeituosos, conforme previsto pela teoria dos jogos evolucionários. A introdução de dois agentes não-cooperativos simultaneamente, em contraste com a estrutura unidimensional de temporadas anteriores, induz uma bifurcação na estrutura de confiança, resultando em um fenômeno de hiper-hipótese, no qual cada participante internaliza múltiplas narrativas concorrentes, o que, por sua vez, intensifica a carga cognitiva e a taxa de erro interpretativo. A consequência? Um campo de batalha psicológico onde a lógica do jogo é substituída pela narrativa do caos.
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    Dailane Carvalho

    setembro 30, 2025 AT 05:02
    Isso é vergonhoso. A TV brasileira só sabe criar confusão e manipulação. Pessoas sérias não deveriam estar nesse tipo de programa. É um espetáculo de ignorância disfarçado de entretenimento.
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    Cláudia Pessoa

    outubro 1, 2025 AT 22:47
    gaby spanic vai ser o infiltrado e vai vencer tudo e ninguem vai acreditar

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