Em dezembro de 2022, Sergio Busquets surpreendeu o mundo do futebol ao declarar que se afastaria da seleção espanhola. A decisão chegou logo depois da campanha da Espanha no Mundial do Qatar, encerrando mais de dez anos de presença constante na maior competição internacional.
Um histórico de glória com a Espanha
Desde a sua estreia, Busquets acumulou 143 convocações, tornando‑se um dos jogadores com mais partidas vestindo a camisa vermelha. Seu papel foi decisivo na geração que levou a Espanha ao topo: a Copa do Mundo de 2010, conquistada com estilo de posse, e o Campeonato Europeu de 2012, quando a equipe venceu tudo que disputou.
Ele praticamente não perdia minutos. Nos dois torneios citados, esteve em campo quase do início ao fim, exceto por 30 minutos de um jogo de fase de grupos contra a Suíça na Copa de 2010. Essa regularidade fez de Busquets o âncora tático que distribuía o ritmo, cobria espaços e libertava os criadores de jogada.
Além dos títulos, o meio‑campista foi reconhecido por sua inteligência de jogo. Técnicos e comentaristas frequentemente o elogiavam pela capacidade de ler a partida antes mesmo de acontecer, antecipando movimentos adversários e garantindo a estabilidade defensiva da equipe.
Legado no Barcelona e rumo ao fim da carreira
No clube, Busquets escreveu uma das histórias mais longas da era moderna. São 722 partidas pelo Barcelona, o terceiro maior número de aparições na história do time. Em campo, ajudou a conquistar 32 troféus, incluindo três Champions League, nove La Liga e sete Copas del Rey.
Depois de deixar o Barcelona, ele assinou com o Inter Miami, trazendo sua experiência ao futebol norte‑americano. Em setembro de 2025, anunciou que a temporada de 2025 seria sua última como profissional, encerrando a carreira ao término da campanha da MLS.
- 143 jogos pela seleção
- 32 troféus com o Barcelona
- 1 Copa do Mundo (2010)
- 1 Euro (2012)
- 36 títulos ao todo, incluindo o futuro MLS
O anúncio da aposentadoria internacional seguiu a de outros grandes nomes da geração dourada, como Xavi e Iniesta, sinalizando o fechamento de um período de hegemonia no futebol mundial. O estilo de Busquets, focado em posição, passes curtos e controle do tempo, influenciou a forma como treinadores modernos encaram o papel do volante de contenção.Mesmo fora dos gramados, ele permanece como referência para jovens que aspiram a ser "cerebrais" no meio‑campo, mostrando que inteligência pode ser tão valiosa quanto velocidade ou força física.
Joseph Mulhern
setembro 27, 2025 AT 08:04Busquets não foi só um jogador... foi uma filosofia de jogo encarnada em carne e osso. Ele não corria, ele antecipava. Não gritava, ele organizava. Não celebrava gols, ele garantia que o próximo passe chegasse. A geração dourada da Espanha não foi feita só de Xavi e Iniesta - foi feita de quem sabia onde estar antes de todos os outros entenderem que precisavam estar lá. E isso? Isso é raro. É quase espiritual. E agora, com ele fora da seleção, o futebol perdeu um dos últimos guardiões da inteligência pura no meio-campo.
Michelly Farias
setembro 28, 2025 AT 07:19Se o Barcelona e a Espanha se basearam nesse tipo de jogador, é por isso que o futebol moderno virou um monte de jogadores correndo sem rumo. Eles não querem mais pensar, só acelerar. E agora a MLS paga milhões pra trazer um velho que só sabe posicionar? Isso é fraqueza. O Brasil deveria ter feito algo assim antes - mas claro, aqui só valoriza quem faz o gol, não quem evita que o adversário faça.
Henrique Sampaio
setembro 30, 2025 AT 02:49É bonito ver como o Busquets representa um tipo de futebol que já está desaparecendo - o futebol como diálogo, não como ataque. Ele não precisava ser o mais rápido, o mais forte ou o mais técnico. Só precisava ser o mais presente. E isso ensina algo importante: nem tudo na vida exige brilho. Às vezes, a grandeza está no silêncio, na continuidade, na confiabilidade. Ele foi o alicerce. E mesmo sem gols, sem holofotes, deixou um legado que vai durar décadas. Parabéns, Sergio.
Renato Lourenço
outubro 1, 2025 AT 03:28É inegável que a contribuição de Busquets à seleção espanhola foi monumental - 143 aparições, 32 títulos, e um estilo de jogo que transcendia a mera execução técnica. Contudo, é imperativo ressaltar que sua influência foi, em grande parte, fruto de um sistema tático rigidamente impositivo, que suprimiu a individualidade criativa em prol da homogeneidade funcional. O que chamamos de “inteligência de jogo” é, na verdade, uma submissão ao modelo. E agora, ao se retirar, ele não apenas encerra uma era - ele expõe a fragilidade de um futebol que valoriza a obediência acima da genialidade.
Bruno Leandro de Macedo
outubro 2, 2025 AT 19:34